O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em seu 10º
levantamento de acompanhamento da safra mundial de soja 2015/1 apresentou
um aumento de 1,5 milhão de t em relação à janeiro. Com isso, o USDA prevê uma
safra global recorde de 320,5 milhões de t para o período 2015/16.
O consumo mundial do grão foi estimado em 314,5 milhões de
t, volume relativamente estável em relação ao relatório de janeiro. Esse volume
supera em 14,0 milhões de t a demanda de 2014/15 e representa um recorde. Em
relação ao relatório do mês anterior, os estoques finais globais da oleaginosa
foram ampliados em 1,1 milhão de t, atingindo o maior nível da história, com
80,4 milhões de t.
O Departamento de Agricultura dos EUA manteve estável a
previsão para as exportações globais do grão, em 129,8 milhões de t, o que
também representa um recorde.
Em relação à janeiro, o USDA manteve sua previsão de oferta
para os EUA e Brasil, estimadas em 107,0 e 100,0 milhões de t, respectivamente.
Trata-se de colheita recorde para ambos os países. A previsão do Brasil está em
linha com a apresentada pela Conab (100,9 milhões de t para o mesmo período).
As estimativas para a produção da Argentina melhoraram em
comparação à janeiro, passando de 57,0 para 58,5 milhões de t. Isso se deve à
previsão de uma área plantada recorde no país (20,0 milhões de ha). Ainda
assim, a colheita deverá ser 4,7% inferior à safra 2014/15.
O consumo da China, maior demandante de soja do mundo, ficou
estável em relação à janeiro, projetado em 94,2 milhões de t. Esse volume
representa um recorde em termos históricos e um incremento de 8% sobre 2014/15.
O consumo da Argentina foi elevado na passagem de janeiro
para fevereiro, estimado em 48,6 milhões de t, o que significa um aumento de
660 mil t. Com isso, o país deverá consumir o maior volume de sua história e
superar em 7,4% a demanda registrada em 2014/15.
As exportações não apresentaram nenhuma modificação
significativa na passagem de janeiro para fevereiro.
Com isso, Brasil, maior exportador global, com 57,0 milhões
de t, e EUA, segundo maior, com 46,0 milhões de t, seguem representando,
juntos, quase 80% de toda a exportação do mundo. A Argentina, na terceira
posição do ranking, deve embarcar 11,8 milhões de t em 2015/16, superando em
1,2 milhão de t as vendas de 2014/15.
Os estoques mundiais saíram de 79,3 para 80,4 milhões de t
entre o relatório de janeiro e fevereiro. Isso se deve ao crescimento da oferta
acima da demanda global pelo grão, o que pode gerar pressão baixista nas
cotações internacionais da soja.
Os estoques da Argentina e dos EUA foram ampliados em 840 e
270 mil t, respectivamente, em comparação ao relatório de janeiro. Em relação à
2014/15, a Argentina deve reduzir seus estoques, com aumento do consumo interno
e maior exportação do grão.