24 de setembro de 2014

Agricultura Competitiva


A agricultura que garante renda e lucro aos produtores deverá ser competitiva e, para isso precisa focar em três elementos essenciais: a estratégia de mercado, o processo produtivo eficiente e eficaz e mão de obra habilitada ou treinada.

Todas as pessoas que trabalham nos empreendimentos agrícolas devem ser capacitadas constantemente, independentes de cargos, funções e tarefas que exercem.

Nos dias atuais os produtores rurais ou dominam as tecnologias de produção ou sabem onde buscar as informações necessárias para obter bons rendimentos.

Mas isso só não é suficiente, porque na hora de enfrentar o mercado, na sua maioria não suportam a concorrência, em função do baixo poder de negociação na compra e venda. Quando vão comprar pedem quanto custa e na venda pedem quanto me pagam, isto provocado pela concentração das forças dos compradores e vendedores.

O desafio para esses agricultores é entender como estão estruturadas as cadeias produtivas de seus negócios, quem são os concorrentes, fornecedores e compradores, como estão compostas todos os agentes do mercado, qual o mercado apropriado para cada produto, como fortalecer o poder de barganha para enfrentar as desigualdades e, principalmente, os atravessadores da compra da produção e da venda de insumos.

O mercado é decisivo no sucesso de qualquer empreendimento. É o comprador (cliente) que traz dinheiro para a propriedade produtora. Sem dúvida, é uma tarefa difícil, quase impossível, enfrentarem esse desafio sem um bom assessoramento. É preciso estar bem informado.

A melhor estratégia para a competitividade é colocar o mesmo produto no mercado, com a mesma qualidade ou superior a da concorrência, a preço menor.

Deverá ser levado em conta a natureza do produto comercializado se é uma commodities agrícolas, um produto diferenciado, transformado com agregação de valor, beneficiado ou industrializado.

A estratégia para a boa competitividade deverá identificar três fases, separadamente e aplicadas ao mesmo tempo. A análise dos custos, da tecnologia de produção e do mercado.

Quando optamos pela produção das commodities agrícolas há necessidade de competir com grandes volumes, uma vez que o produto e os preços de mercado são semelhantes e com margem pequena. Deve-se, portanto, buscar maior eficiência no sistema de produção, para se obter maior produtividade com menor custo.

Se optarmos por um produto diferenciado devemos criar uma imagem a ser aceita pelos compradores de que seus produtos são únicos pelo atendimento personalizado aos clientes, exclusividade, design, embalagem, tecnologia, e outras vantagens atrativas aos consumidores e à rede de distribuição.

Se preferirmos a diversificação que consiste na expansão do seu leque, pode-se se obter rendimentos maiores pela oferta de diferentes produtos oferecidos em atividades complementares ou suplementares que evidenciam a distribuição das receitas ao longo do ano, o uso mais eficiente dos ativos e a redução dos riscos.

Um processo produtivo eficiente deve ter elevada produtividade, custos competitivos de forma a permitir uma boa margem de lucro aos agricultores que, resumidamente, consiste em aumentar as receitas reduzindo as despesas.

O custo de produção de um produto é um valioso instrumento para medir o

fator econômico das tecnologias usadas pelos agricultores, que acompanhados de outros indicadores técnicos e econômicos, permitem a identificação de pontos de estrangulamentos do processo produtivo.

É possível reduzir as despesas da produção mantendo as receitas constantes, ou aumentando-as sem diminuir a produtividade.

O controle da rentabilidade da produção deverá estar voltado para o futuro com a elaboração do custo meta e durante a produção para o monitoramento da produção, em tempo real, para controlar e alimentar o processo de tomada de decisão.

Um menor custo unitário de produção poderá ser obtido com um menor preço de compra dos insumos, pela redução do consumo desses e com aumento da eficiência, não afetando a produtividade e cortando-se os custos ruins.

Para racionalizar a receita não se deve fazer um corte linear em todos os itens do custeio e, sim, proceder a uma análise de cada um e identificar aqueles que agregam valor ao produto, que são os custos bons e os que não agregam, denominados de custos ruins, para, então, realizar os cortes.

Geralmente os custos fixos estão mal dimensionados, como o excesso de mecanização, ociosidade de mão de obra e construções, muito capital fixo e pouco capital de giro e altos custos administrativos.

Se o produtor começar a ser eficiente, vai gostar, vai aprovar, vai ganhar mais e isso se torna rotina e cada vez vai ganhar mais e ficar menos dependente de fatores externo.

Para finalizar, já que estamos em tempo de eleições, pedimos que os Governos que não ajudam os produtores, façam a sua parte e não atrapalhem.

Já é bastante!

Nenhum comentário:

Postar um comentário