29 de maio de 2018

greve dos caminhoneiros


MOVIMENTO DOS CAMINHONEIROS
Um sentimento de protestos percorre o país. Manifestações que se iniciam com uma reivindicação objetiva de redução do preço do diesel, transformam-se em mobilizações que arrastam milhares de caminhoneiros inicialmente, agricultores e diversos consumidores de diesel, sob as mais diversas bandeiras. Mensagens que pedem desoneração de tributos, revisão da política da Petrobras, animam uma categoria que por muito tempo era considerada simplesmente trabalhadora, desunida, amorfa e sem interesse por questões da coletividade.
Até aqui, acompanhamos os bloqueios de estradas, refinarias, atos públicos de protesto em toda a parte, movimentos compostos em expressiva maioria por patrões e empregados, revelaram a face mais cruel da crise econômica nacional e mundial. Crise essa que jogou na incerteza uma geração acostumada só a trabalhar, amparada por políticas do setor, como subsídios, desonerações.
A revolta é praticamente espontânea, convocada pelas redes sociais na internet, pois os sindicatos estão com um enorme descrédito que não mobiliza mais ninguém. 
Os líderes são desconhecidos e estão fora da iniciativa os sindicatos e federações, de entidades tradicionais, de partidos políticos e setores que organizam historicamente as manifestações e atos reivindicatórios. 
Essa situação nova, que intriga e inquieta a sociedade é marcada por um sentimento de frustração política e existencial. Os consumidores, empresas, autônomos, empregados, patrões, não confiam em seus representantes institucionais. É grande a distância entre o desejo da população e os debates conservadores e revolucionários no Parlamento, o que é decidido pelos governos ou o que é julgado nos tribunais. Apelos ao bom senso e justificativas para o alto preço do combustível não sensibilizam os manifestantes.
Muito do que está posto aí, se explica por grandes crises nos países maiores produtores, como os regimes desalinhados com a situação atual que é o péssimo exemplo da Venezuela, ou guerras intermináveis providas por radicais religiosos do oriente médio.
Por outro lado encontramos a maior empresa da América Latina, a Petrobras, que acabou se sair do maior saque histórico de roubo, corrupção, desmando, falcatrua, incompetência e tudo de ruim que se possa imaginar, que agora tenta recuperar seu prestígio junto aos seus acionistas, tenta buscar o equilíbrio de suas contas, elevando preços e lesando seus clientes.
Existe um risco implícito na tentativa de se achar a solução em curto prazo. Deles, podem surgir soluções para problemas antigos ou soluções radicais inconsequentes ou com repercussões imprevistas. A humanidade já viveu extremos indesejáveis, tempos que não quer repetir. Canalizar essa energia e entender os motivos mais profundos da rebeldia de setores é tarefa para a inteligência e para a compreensão democrática. 
Não é assunto para a polícia.

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